Itaituba

PREGUIÇA GIGANTE: PALEONTOLOGIA NO TAPAJÓS


O material estava enterrado em uma propriedade privada em Itaituba e foi
encontrado durante escavações para fazer um tanque de criação de peixes. Ao
que tudo indica, os animais foram levados por uma enxurrada e ficaram presos
em um buraco.
O fóssil de uma preguiça gigante encontrado em julho do ano passado, no
município de Itaituba (PA), juntamente com os restos de outras duas
preguiças e um mastodonte, possui 13.340 anos. O material foi datado nos
Estados Unidos, e o resultado do exame foi encaminhado na semana passada ao
Museu Paraense Emílio Goeldi, instituto de pesquisa vinculado ao Ministério
da Ciência e Tecnologia e responsável pelo estudo do material.


Somente o fóssil de uma preguiça pôde ser datado porque preservou o colágeno,
proteína contida no osso, o que possibilitou a datação do material através
da análise do Carbono 14. Essa é a primeira datação em um exemplar em
fósseis de mamíferos da Amazônia.
O fóssil do animal encontrado é uma de uma preguiça gigante terrícola, da
ordem Xenarthra (ou Edentata), grupo muito antigo na América do Sul, cujos
representantes atuais são o bicho preguiça, o tatu e o tamanduá. O mamífero
gigante media cerca de 6 metros de comprimento, vivia na terra e se
alimentava de folhas.
O material estava enterrado em uma propriedade privada em Itaituba e foi
encontrado durante escavações para fazer um tanque de criação de peixes. Ao
que tudo indica, os animais foram levados por uma enxurrada e ficaram presos
em um buraco. O mastodonte seria mais antigo, pois se localizava mais abaixo
do local onde foram encontrados os fósseis das preguiças, a cerca de 3
metros da superfície.
O grande porte do animal, a dificuldade de movimentação e o fato de viver em
bandos confirmam a teoria de que há cerca de 14 mil anos, a Amazônia era uma
imensa savana, parecida com o que é hoje a África. “Com essas
características é impossível imaginar que a preguiça vivesse em uma floresta
densa”, explica o paleontólogo e diretor do Museu Emílio Goeldi, Peter
Toledo, que estuda os fósseis encontrados.

HOMEM – Segundo Toledo, o homem ameríndio conviveu com as preguiças, por
isso, a descoberta é importante para estudar como ele pode ter contribuído
para as mudanças no ecossistema. O pesquisador destaca também que as grandes
transformações na vegetação ocorreram em função de mudanças na posição da
Terra em relação ao Sol que acarretaram variações do clima, correntes
marítimas e na paisagem. “A Amazônia é uma região instável; pequenas
oscilações do clima desencadeiam grandes mudanças na região”, ressalta. Em
virtude disso, alerta o pesquisador, é necessário conter a devastação e
fazer planos de manejos adequados para evitar que a Amazônia possa se
transformar em um grande deserto.


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